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Como escolher o tipo de laje para o meu projeto estrutural?

A construção civil tem se desenvolvido e, hoje, existem vários tipos de lajes diferentes para as estruturas, ficando à cargo do Engenheiro Estrutural a decisão de qual tipo ideal deverá aplicar na sua obra, de acordo com o porte da edificação, requisitos arquitetônicos, disponibilidade de materiais e mão de obra especializada.

Cada tipo de laje possui características próprias, que fazem com que uma seja mais ou menos vantajosa que a outra para cada projeto, devendo o engenheiro calculista definir o tipo de laje durante a concepção estrutural.

Para te ajudar a escolher o tipo ideal para o seu projeto, vamos te apresentar os tipos de lajes mais utilizadas no mercado e quando elas são indicadas. Acompanhe!

O que são Lajes?

Lajes são estruturas que realizam a conexão entre pavimentos de uma edificação, podendo dar suporte a contrapisos ou funcionar como teto. Geralmente, apoiam-se em vigas, que por sua vez, apoiam-se em pilares e realizam a distribuição adequada da carga da edificação.

Sua concepção estrutural é de uma placa em que duas dimensões (comprimento e largura) são muito superiores à terceira, que é a espessura, com cargas transversais a ela e submetida à flexão.

Os principais tipos de Lajes são a laje maciça, laje cogumelo, laje nervurada, laje treliçada e laje alveolar. Iremos falar sobre cada uma delas a seguir:

Lajes Maciças

É a solução clássica em Lajes! É uma placa formada por concreto armado, responsável por resistir esforços à tração e à compressão.

São muito versáteis e permitem uma vasta variação de formatos arquitetônicos (contorno curvo, lajes em L, balanços, entre outros), além de permitirem a execução sem vigas (lajes planas), e exigirem uma espessura menor de laje, o que pode ser necessário em projetos com pé-direito mais limitado.

Entretanto, ela não é adequada para projetos com vãos maiores, já que, para vãos elevados, é necessário aumentar a espessura da laje maciça e você não terá nenhuma vantagem econômica ao adotá-la, além de que o peso próprio elevado pode inviabilizar o dimensionamento.

Em resumo, podemos dizer que as lajes maciças não são indicadas para vãos superiores a 7m e ou quando possuem espessuras superiores a 20cm.

Uma outra característica é que as lajes maciças também demandam maior quantidade de formas, pois todo enchimento da laje deve ser concretado in loco. A dica para que esse custo seja mais diluído, é para adotá-la quando há repetições das lajes em mais pavimentos, pois assim você conseguirá um maior aproveitamento do material.

Laje Lisas ou Cogumelo

Enquanto as lajes maciças formam um conjunto com pilares e vigas, as lajes cogumelo possuem apenas pilares e capitéis. O capitel por possuir diversos formatos que, devido a sua semelhança com os cogumelos, justificam o nome pelo qual ficou conhecida.

Como essa solução dispensa o uso de vigas, essa laje tem a vantagem de trazer maior iluminação e ventilação ao pavimento, pois a mais espaço livre para entrada e profundidade da luz no interior da obra. Quando usadas em estacionamentos, elas aumentar o limite de altura dos veículos.

A desvantagem está no trabalho maior de execução destes elementos se comparados ao sistema tradicional com vigas.

Lajes Nervuradas

As lajes nervuradas são mais indicadas para projetos com grandes vãos, maiores que 5 metros, sem pilares e vigas intermediários. Ela é um tipo de laje maciça feita com nervuras de concreto interligadas entre si por uma capa ou mesa de compreensão.

Apresentam-se como excelente solução para vãos superiores porque a sua seção transversal possui uma geometria "T", que maximiza a inércia da seção em relação ao peso, podendo ser empregadas para vãos elevados sem necessidade de protensão. Porém, não são adequadas para regiões de momentos negativos, como os balanços, devido à inversão de esforços na seção, com compressão na região das nervuras e enchimentos.

A escolha do tipo de enchimento deve ser feita de acordo com a disponibilidade da região da obra e também com os custos de execução. Não é indicado, por exemplo, projetar uma laje nervurada com "cubetas" se não houver aluguel das formas na região da obra, ou se o custo para mobilização destes materiais for muito alto e a obra de porte muito pequeno. Essas situações precisam ser vislumbradas no momento de definir o projeto.

Lajes Treliçadas

Laje treliçada é um tipo de laje pré moldada composto por vigotas de concreto armado com uma estrutura de treliça como armadura. Nos vãos entre esta estrutura, utiliza-se algum material de preenchimento como poliestireno expandido (EPS) ou blocos cerâmicos.

Elas permitirem a adoção de armaduras também na direção perpendicular às treliças. Estas armaduras podem ser dispostas atravessando as treliças, o que não pode ser feito no caso das vigotas de concreto pré-moldadas. Com isso, se consegue um desempenho melhor para situações de carga de parede posicionada sobre as vigotas, pois se permite uma distribuição de esforços entre as treliças.

Além disso, permitem mais opções de altura para a laje em relação às pré-moldadas, pois a altura pode variar mais de acordo com o bloco de enchimento, não estando limitada aos modelos de vigotas e à alteração da espessura da capa, como ocorre para as pré-moldadas. Isso faz com que se consiga definir uma geometria mais adequada, inclusive para situações de balanços.

Tanto as com vigotas treliçadas como as pré-moldadas não funcionam bem com apoio direto em pilares, exigindo apoio em vigas.

Laje Alveolar

As lajes alveolares são lajes pré-fabricadas, com nervuras definidas por alvéolos unidirecionais, em que geralmente se emprega a protensão. Sua capacidade de carga é elevada e, portanto, são indicadas para projetos de maior porte. Seu formato característico está na presença de vãos internos, os alvéolos, que dão o nome, e sua altura pode variar de 9 a 30 cm, com largura constante de 1,24 m e vãos livres que podem chegar aos 20 m.

Como outros produtos pré-moldados em concreto, a laje alveolar exige cuidado com seu içamento e instalação. Esse cuidado inclui a especificação de equipamentos capazes de movimentar peças com essas dimensões, bem como com a segurança dos trabalhadores do canteiro.

A fabricação e execução destas lajes é mais complexa e portanto, quando empregada em estruturas com grandes vãos, o custo mais elevado destas lajes pode ser diluído ao se reduzir a necessidade de estruturas convencionais de apoio. Não requerem sistemas de forma e escoramento, porém para serem posicionadas exigem o uso de guindastes, por isso normalmente são adotadas em obras com estrutura pré-moldada, em que já estão disponíveis estes equipamentos.

Esses são os principais tipos de lajes utilizadas em construções no Brasil. Você já trabalhou com alguma delas em seus projetos? Compartilhe sua experiência conosco nos comentários!

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