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Projetos com Grandes Vãos Livres: Desafios e Vantagens

A construção civil não para de evoluir e inovar em soluções que dão muito mais possibilidades para as edificações como, por exemplo, vencer grandes vãos utilizando elementos mais leves e de poucas dimensões. Lajes que medem vinte metros de comprimento já são uma realidade comum e elas não representam apenas um capricho estético, mas também mais funcionalidade e, até mesmo, economia.

Mas, afinal, por que fazer projetos com grandes vãos? Obras como o MASP, com 70m de vãos livres, ou a Casa Paraty, com uma laje 27m, possuem essa estrutura por questões que vão além do objetivo estético. Quer saber quais são? Descubra neste post!

Construir com grandes vãos não é novidade!

Há dois mil anos atrás, o homem já estava construindo cúpulas com 40 metros, como o Panteão de Roma. Durante a Revolução Industrial, quando o uso do ferro e do aço ficou mais comum, as estruturas podiam ter até 50 metros.

De lá pra cá, a engenharia civil continuou a se desenvolver, de modo que a tecnologia que antes só objetivava a construção de pontes e viadutos, hoje é possível de ser aplicada em projetos com áreas cobertas, livres de obstruções, com muito mais metros quadrados, como construções em subsolos, grandes auditórios e teatros, museus, ginásios, galpões e muito mais.

Como conseguir grandes vãos?

Antes de tudo, é preciso evitar os materiais pesados. Embora, antigamente, materiais como pedra tenham sido comuns na construção civil, era difícil, justamente pelo seu peso, construir um espaço maior entre os apoios verticais. Hoje, sabemos que os melhores resultados são alcançados com o aço e o concreto, pois a qualidade e a resistência desses materiais juntos são superiores e permitem a criação de estruturas mais esbeltas.

O conhecimento da norma técnica é imprescindível, mas, além disso, o projetista deve saber que construir grandes vãos exige soluções mais elaboradas, de modo a garantir a estabilidade da estrutura, evitando deformações de pilares, vigas e lajes. Para auxiliar o engenheiro, já existem hoje no mercado diversos softwares para cálculo estrutural, permitindo que o projetista consiga modelar estruturas complexas com mais segurança.

É certo que o engenheiro ou arquiteto que planeje projetar uma estrutura com grandes vãos deve ficar atento a tantos detalhes que, muitas vezes, o cliente passa a acreditar que essa é a solução mais complexa e cara, e acabam desistindo do projeto. Muitos acreditam que quanto maior for o vão, maior é o custo da obra. Entretanto, a diminuição do peso da laje pode diminuir certos resultados desse somatório, fazendo com a obra fique, na verdade, mais barata.

A Protensão para grandes vãos

Após a definição da tipologia da obra, o engenheiro deve selecionar os materiais, os sistemas construtivos e as tecnologias a serem empregadas como solução para o projeto.

Uma das soluções que tem se popularizado nos últimos 20 anos é a protensão, apesar de seus fundamentos terem surgido no início do século XX, a partir do engenheiro francês Eugène Freyssinet (1879-1962).

A protensão foi o sistema empregado, por exemplo, no MASP, que possui 74 metros de vãos livres. Ela também é bastante utilizada em casas de médio a alto padrão, que possuam vãos maiores que 10 metros e em edifícios com lajes planas (sistema estrutural composto somente de lajes e pilares, sem as vigas).

Esse sistema é feito a partir do concreto protendido, que é o concreto junto a vergalhões de aço e cabos para protensão. Embora esse sistema tenha fama de pouco econômico, em razão da sua complexidade técnica, na verdade ele proporciona maior economia ao empreendimento, já que permite a redução da espessura (e/ou altura) de lajes e vigas, se comparado ao concreto armado convencional, este sem os cabos.

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