Equipe Engineme

Por que o brasileiro leva 1 hora para produzir o que o americano faz em 15 minutos?

Você sabia que o brasileiro leva 1 hora para produzir o que o americano faz em 15 minutos? Essa informação é do professor José Pastore, presidente do Conselho de Emprego e Relações do Trabalho da Fecomercio-SP. Mas o que está acontecendo para que o nível de produtividade no Brasil seja insuficiente?

A gente já sabe que o nível de escolaridade dos operários da construção civil é muito baixo. A maioria dos profissionais como pedreiros, estucadores, operadores de máquinas, entre outros, só chegaram até o 4º ano do ensino primário. Muitos não sabem sequer escrever o próprio nome. Mas você sabe como esse fato impacta a vida dessas pessoas? Continue lendo este artigo e fique por dentro dos efeitos que a educação pode causar na produtividade da construção civil!
Produtividade X Educação

Estudos apontam que, em termos de riqueza, o Brasil produz em uma hora o equivalente a US$ 16,75, valor que corresponde apenas a 25% do que é produzido nos EUA (US$ 67). O desempenho nacional consegue ser ainda pior se comparado a outros países como Luxemburgo (US$ 73), Noruega (US$ 75) e Suíça (US$ 70).

Os pesquisadores indicam dois fatores que corroboram para a baixa da produtividade. Um deles é a falta de investimento na modernização do capital físico (máquinas e equipamentos das empresas). O outro fator é a falta de investimento na educação desses profissionais.

Mas como, de fato, a falta da educação de base impacta a produtividade?

Você deve estar pensando: ora, se o profissional fez um curso técnico, isso é suficiente para produzir bem, correto?”. Não. Na verdade, uma educação de base deficiente tem grande responsabilidade na qualidade e quantidade da produção. É o que diz a pedagoga Ana Carolina Castro da Costa, Diretora da Aprendizagem de Adultos do Alicerce Educação, projeto que, em parceria com construtoras e empresas da construção civil, tem como objetivo levar educação de base para os operários.
As pesquisas apontam que países que investem em educação de base tem uma maior produtividade. Isso auxilia em coisas simples, como entender as comandas na relação de trabalho. "Quando esses profissionais não têm essa base educacional, não exercitaram o processamento da informação, através de atividades de leitura, escrita e dinâmicas que provoquem o desenvolvimento das habilidades organizacionais", segundo a pedagoga.

Embora nos últimos anos tenha havido um crescimento da quantidade de pessoas adultas com certificação de fundamental e ensino médio, isso não acompanhou a melhoria da produtividade. Isso aconteceu porque, no Brasil, a maioria das pessoas recebe a certificação, mas no momento em que fazem a prova do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), que mede o nível de conhecimentos dos estudantes, fica constatado que essa pessoa não tem a base de fato, que não se qualificou suficientemente.

De acordo com Costa, fortalecer a base é o ponto crucial para conseguir aumentar a produtividade, pois consequentemente essa pessoa conseguirá aproveitar melhor os cursos técnicos, para melhor se qualificar profissionalmente.

Costa relata que, em sua experiência, recebeu vários depoimentos de construtoras e engenheiros sobre como eles percebem que, na rotina do dia a dia, o acesso à educação de base teve um impacto grande, havendo diminuição de situações como conflitos dentro da obra ou questões de segurança de trabalho. Segundo ela, isso não aconteceu em decorrência de um curso técnico de segurança do trabalho, por exemplo, mas sim porque esse aluno aprendeu a pensar de maneira reflexiva.
Tá bom, mas eu sou um profissional com pequena empresa! Como posso investir no desenvolvimento dos meus operários sem dinheiro?

Invista seu tempo! A dica da pedagoga Costa é para cultivar bons vínculos de parceria e confiança com os seus empregados e guardar um momento na rotina para cuidar dessas pessoas, perguntando onde precisam de ajuda, dando voz, se aproximando mais para, assim, ajudar o profissional a extrair o melhor de si mesmo e elevar sua produtividade sem ser pela via da exigência obrigacional. Estar a serviço das pessoas, independente da hierarquia profissional, é o caminho!

Quer ouvir o papo completo que batemos com a pedagoga Ana Carolina Castro da Costa?! Ouça nosso podcast Café Concreto, clicando no botão abaixo!
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